domingo, 12 de outubro de 2008

Mudando o visto de F1 pra H-1B

Pois é, boa notícias, pra colocar no contexto, deu tudo certo e eu consegui o meu H-1B! A loteria do visto foi dia 1º de abril e um antes do fim do mês eu recebi a notícia. A empresa onde eu trabalho contratou bons advogados que foram muito competentes em juntar a papelada necessária e submeter a minha inscrição.

Uma pergunta que procurei na internet e não consegui achar uma resposta decente foi:

Depois de conseguir o H-1B, eu preciso voltar pro Brasil pra mudar de F1 pra H-1B? Se sim, quando?
A resposta é sim, tem que ir ao consulado americano pra colocar o visto novo no passaporte, mas não precisa ser de imediato.

Quando a inscrição é aceita, a empresa recebe um documento I-797A, que vem com uma data de validade. No caso, é válido a partir do dia 1º de outubro do mesmo ano. Se você está aqui com outro tipo de visto é automático, a partir do dia 1º de outubro pode ir trabalhar! Só que é recomendado que dentro de 1 ano você volte ao Brasil pra carimbar o passaporte no Consulado dos EUA. A partir de então, você pode reentrar nos Estados Unidos com o novo visto.

Por isso, a recomendação é que você não saia dos EUA antes do dia 1º de outubro, porque não poderá alterar o tipo do visto antes da validade e se houver algum problema na reentrada, você tem que esperar até que possa tirar o novo visto.

Isso também pode ser feito no Consulado dos EUA no Canadá, mas pra isso também é necessário ter um visto canadense.

Último dia de trabalho na escola

Dia 26 de setembro de 2008 foi o meu último dia de trabalho na escola. Foi surpreendente porque foram apenas 7 meses na escola e foi a melhor despedida que eu já tive! Com direito à bolo, flores e cartão. Sei que vou sentir saudades.

No entanto o momento foi estranho, estou começando a trabalhar num banco em meio a maior crise financeira dos últimos tempos. Com bancos norte-americanos quebrando pra tudo quanto é lado, a resposta mais comum quando eu dizia que estava indo trabalhar em um banco era um par de olhos arregalados e um "boa sorte" hesitante.

Mas ao chegar no banco fui muito bem recebida e vi que embora tenha sido afetado, o banco está firme e forte. Também não pude acreditar na quantidade de benefícios, depois de 9 anos emitindo nota fiscal, essa é a primeira vez que eu sou empregada de verdade, com férias, plano de saúde, seguro de vida e tudo mais. É estranho, mas em meio a uma possível recessão econômica, eu finalmente vou sair do aperto.

domingo, 4 de maio de 2008

Emprego

Esse post é retroativo, resolvi reunir tudo que aconteceu nos últimos 4 meses com relação a trabalho.

Conseguir trabalhar aqui não é tão simples quanto eu imaginava. A minha sorte foi ter o apoio total da família, porque senão não teria condições de prosseguir com essa aventura. Não demorou muito pra me bater o desespero de arranjar algum emprego. Fiquei de olho nos anúncios, e dia 7 de fevereiro, eu vi um anúncio na newsletter da faculdade, que tinha uma posição aberta em uma das escolas. Mandei um e-mail, mas sem muitas esperanças porque pra quem tem visto F1, só pode trabalhar no campus da universidade. E entre os alunos de mestrado, acho que 90% são estudantes internacionais.

Trabalho no campus com o visto F1

Dia 21 de fevereiro eu fui chamada pra entrevista na “School of Systems and Enterprises”. A posição de “graduate assistant” (ou seja, auxiliar de escritório com diploma), tinha um requisito estranho, ser capaz de levantar 40lbs (+ ou – 20kg). Recebi a resposta na mesma tarde, dizendo que eu fui aceita. Comecei lá no dia 25 de fevereiro.

O motivo das 40lbs, é que a escola dá cursos em diversos lugares diferentes e o meu trabalho é empacotar o material dos cursos pra enviar pros professores. Faço outras coisas legais também, como emitir certificados e organizar as pastas dos alunos, mas o trabalho é em geral muito simples. Geralmente eu termino todo o trabalho em 2 horas. No começo eu ficava paranóica de não ter o que fazer, mas depois eu me acostumei com a idéia de que lá todo mundo faz lição-de-casa no trabalho.

O trabalho no campus paga 10 dólares a hora, podendo trabalhar no máximo 20 horas por semana. Isso ajuda a pagar a alimentação, mas passa longe de poder pagar a faculdade e aluguel. De vez em quando, através dos anúncios ou listas de e-mails surge uma oportunidade de fazer uns trocados extras, mas é pouca coisa.

A história do H-1B

O H-1B hoje é uma loteria. As inscrições são abertas no dia 1o. de Abril e esse ano teve um período de uma semana para enviar as inscrições. Pra conseguir um visto desse tipo, tem que ser através do empregador, ou seja, primeiro tem que ter alguém querendo te contratar. Uma pessoa não pode requerer o visto através de mais de um empregador por vez.

Só pra colocar no contexto, ano passado eu trabalhei em um projeto para um banco de NY. Depois de alguns mal-entendidos, eu já tinha me convencido que eles não iam me mandar pra cá pra trabalhar, mas eu acabei vindo por conta própria pra estudar. Quando souberam que eu estava por aqui, fui chamada pra passar lá no banco, então me perguntaram se eu queria tentar o H-1B. Sei que pode parecer loucura, depois de todo o trabalho de vir pra cá como estudante, mas depois de sentir na pele que passar o mês com menos de 800 dólares em NY não é uma boa idéia, não pensei duas vezes. Bom, é uma loteria, mas quem não tenta não ganha. Já estava perto do prazo, mas em menos de 2 semanas os advogados conseguiram reunir a documentação necessária e submeter a solicitação.

Dessa vez, tive que preencher um questionário de 12 páginas e mandar cópias de um monte de documentos, mas acredite, a parte mais trabalhosa e difícil ficou para os advogados do banco resolverem. É claro que o fato de eu já ter providenciado alguns desses documentos para a faculdade facilitou bastante pois eu já tinha o histórico escolar traduzido e outros documentos em mãos, mas a quantidade de documentos que eu tive que reunir pra e o total dos meus gastos para o F1 parecem brincadeira perto do investimento da empresa pra patrocinar um H-1B.

Enfim, começa a correria para tirar o visto de novo. Infelizmente, mudar o tipo de visto é como tirar um visto novo, tem que pagar taxa, ir ao consulado, fazer entrevista, etc. Vai ser trabalhoso, mas pelo menos é uma desculpa pra eu ir até o Brasil e matar as saudades do pessoal!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Dia de prova

Hoje foi dia de prova com consulta. Saí cedo do trabalho e fui à biblioteca estudar. As salas de estudo parecem aquelas salas de interrogatório de filme, sem janelas, com uma mesa e uma cadeira. Mas é o máximo estudar em paz, tirar os sapatos, conectar o laptop na rede wireless da biblioteca e até tirar um cochilo depois do almoço (rs).


Entrar na sala de aula e ver todos os alunos com os laptops abertos se preparando para a prova ainda me impressiona. Infelizmente, a foto não faz jus à imagem, porque a sala de aula é muito grande e os alunos se amontoam perto das tomadas. É verdade, todo mundo está conectado na internet, mas na hora da prova o pessoal não se mete a ficar trocando respostas pelo msn. A prova foi difícil mesmo com consulta. As meninas da foto são Hetal e Rujuta.

Passado o stress da prova, peguei minha janta no caminho de casa. O Burger King é meu lugar favorito pra jantar porque é muito barato. Com $5 da pra pegar um lanchinho, um refri e uma sobremesa. Só que as atendentes são impiedosas com quem não sabe pronunciar "PurpleWildBerry ICEE" e volta e meia elas escolhem o que eu vou comer, beber, ou fazem como hoje e me dão um garfo pra comer o meu mousse de chocolate. Mas eu me divirto.

sábado, 22 de março de 2008

NY Auto Show

Ontem eu fui ao NY Auto Show. Pra quem nunca ouviu falar, é o salão do automóvel daqui. Ano passado eu queria muito ir, mas a nossa viagem pra NY pelo projeto do Delta foi adiada uma semana porque os hotéis estavam lotados.

Ontem foi a pré-abertura do evento. Comprei um cartão de membro que custou mais caro que o ingresso, mas que deixava entrar 1h antes de abertura ao público geral. Valeu a pena por ter conseguido tirar algumas fotos antes do evento lotar e ficar difícil de chegar perto dos carros, mas o cartão de membro não serviu pra mais nada além disso. A "sala VIP" era um cubículo apertado e tinha café mas toda a comida acabou cedo e a sala foi fechada às 13h.

Fiquei um tanto decepcionada quando me dei conta de que a febre dos SUVs não está diminuindo por aqui. Achei que depois de um tempo, as pessoas iam perceber que ter um carro que faz 3km/L pra levar as crianças pra escola não vale a pena, mas eu me deparei com um andar inteiro (metade da exposição!) tomado por SUVs. Os carros com fontes alternativas de energia por sua vez, eram poucos.

Além dos SUVs, as montadoras americanas estão possuídas por uma febre nostálgica por carros dos anos 60-70. Mustang, Camaro, Charger e agora o Challenger, sem contar os nomes "reutilizados" que não lembram quase nada o original, como o Impala e o El Camino.

Saí à procura das Ferraris, porque na minha concepção, salão de automóvel sem Ferrari não é salão que se preze. E qual foi a minha surpresa, ao perceber que as marcas dos superesportivos não estão nem aí com o evento. Não sei se estou enganada, mas eu só vi uma: a 612 Scaglietti.

Bom, eu me diverti bastante, fiquei com vontade de voltar lá e ver mais, mas pagar mais US$ 14 pra entrar lá de novo... ah tenho que ir levar o Pablo pra passear.

Passeando com o Pablo

Semana passada foi "spring break" aqui então eu me comprometi a cuidar do Pablo, que pertence a um professor do departamento de Ciências da Computação. O professor foi viajar e como o Pablo fica dentro de casa o dia inteiro, tenho que passear com ele 2x por dia, pra ele fazer as suas coisas de cachorro, durante 2 semanas.

Os cachorros aqui são muito felizes, porque os parques costumam ter um playground pra crianças e um playground pros cachorros. Os donos são obrigados a catar as sujeiras de seus respectivos cães, sob pena de multa, o que eu acho muito bom (embora eu tenha visto muitas cacas abandonadas nas calçadas).

Levar o cachorro para passear em si não é uma atividade muito difícil. Hoboken é um lugar muito bonito, e tem vários parques, com uma vista privilegiada de Manhattan. O problema é que é em Hoboken, NJ. Então tenho que sair de casa às 7:30, inclusive nos fins-de-semana, pegar o ônibus até New Jersey e levar o Pablo pra passear. É particularmente desagradável quando está chovendo ou muito frio. Mas nos demais dias, tem sido uma atividade saudável.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Estudando

Eu passo o dia estudando. Acordo às 7:30 da matina e estudo até à noite. Acho que é mais difícil do que passar o dia trabalhando por vários motivos. O primeiro é que o dinheiro não entra, só sai. Trabalhar é mais fácil, porque mais da metade das coisas que você faz, é porque sabe fazer muito bem e algumas coisas que você tem que aprender. Mas estudar é uma coisa densa, tem horas que parece que não vai caber tanta informação e a cabeça vai explodir.

Depois, não tem os amigos, eu passo a maior parte do tempo estudando no apartamento. As aulas não são exatamente um evento social, e se eu recebo um e-mail de alguém é pra saber se eu já fiz algum trabalho. Domingo uma indiana me ligou, pra perguntar se eu estava estudando pra prova. Eu geralmente não entendo nem metade do que ela diz. Sinto muita falta dos amigos, de falar besteira e de assistir televisão. É muito engraçado, porque eu vou nas lanchonetes e quero sentar perto da TV.

Então, pra quem estiver pensando, que moleza, ficar em Nova Iorque estudando, esquece. É legal, é Nova Iorque, mas não é mole não.

Pra não dizer que não tem vantagem, pelo menos eu posso usar a internet e ficar de pijama o dia inteiro.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Stevens

Nossa nao faz nem duas semanas que eu cheguei aqui e parece uma eternidade...
Durante a primeira semana eu fui todos os dias a universidade, pois foi semana de orientacao para estudantes internacionais.
A maior parte dos estudantes internacionais vem da India, tem muitos chineses, alguns hungaros e turcos. Ainda nao vi nenhum brasileiro na universidade.
O campus e muito legal, acho que tem uma das vistas mais bonitas de Manhattan (a foto do cabecalho do blog foi tirada de la).

Ontem e que eu me dei conta de que a hora que eu pego o onibus todo mundo esta tentando sair de Manhattan e ir pra New Jersey. E apesar da fila pra pegar o onibus, o pessoal e muito civilizado e quando ja tem uma quantidade de passageiros em pe no corredor o motorista pede para esperar o proximo onibus.

Tive aula de engenharia de software e fiquei muito contente com a primeira aula. Ja tem um monte de coisas pra ler e tarefas a cumprir. Um monte de gente tinha me perguntado se eu nao estava preocupada em como seria assistir as aulas em ingles, mas ta sossegado. Teve uma prova de ingles durante a orientacao e alguns alunos estao tendo que fazer ate 10 horas por semana de aula de ingles. Ontem acho que so tinha uns 3 ou 4 alunos americanos assistindo a aula.

Ruim mesmo foi esperar no ponto de onibus a noite. O onibus nao demora muito, mas e o suficiente pra sentir que vai virar picole.

Chegando em NY

Perdoem o portugues, mas agora eu nao tenho acentuacao no teclado.
O aeroporto de Guarulhos no dia 6 de janeiro parecia a rodoviaria do Tiete em vespera de feriado, de tanta gente que tinha pra pegar os voos internacionais.
A viagem de aviao pareceu uma eternidade. E engracado como eu fiz esse mesmo percurso umas tres ou quatro vezes no ano passado mas nao parecia ser tao longe.

O apartamento aqui fica em um lugar otimo, o bairro e conhecido como Hell's Kitchen, onde antigamente moravam os gangsters irlandeses, mas hoje em dia e um bairro muito tranquilo, e o que mais tem por aqui sao restaurantes tailandeses e lavanderias.

Voces se lembram do filme "Um Morto Muito Louco" que costuma passar na sessao da tarde? Pois e, na semana em que eu cheguei aqui, Hell's Kitchen teve a sua versao do filme, quando dois colegas de quarto que moram a alguns quarteiroes daqui, levaram o seu amigo morto em uma cadeira dessas de escritorio pra sacar um cheque no nome do falecido, e disseram que o amigo tinha artrite, por isso ele estava esperando la fora no estacionamento.

Mas aqui e um bairro divertido, da pra ir a pe ate a Times Square, ate o terminal de onibus Port Authority (de onde eu pego o onibus pra ir ate a universidade em Jersey City), sempre tem muita gente na rua e o comercio e bem acessivel. Eu moro no terceiro andar e ainda estou acostumando com as escadas. Esses dias apareceu um braco de plastico na porta do apartamento do vizinho, muito sinistro.