quinta-feira, 28 de maio de 2009

Economia Estadosunidense

(não quero dizer norte-americana porque o Canadá é grande)

Tem sido um momento emocionante para aprender sobre economia. O mercado está pra tudo quanto é lado e a verdade é que os Estados Unidos não serão pra sempre o carro abre-alas da economia mundial. Aqui é difícil pro pessoal admitir uma coisa dessas, mas a balança comercial está mudando rápido. Eu lembro das aulas de geografia e história, em que as professoras falavam da a dívida externa brasileira e como no Brasil nós já pagamos o equivalente a várias vezes aquela dívida original. É uma pena que uma mensagem tão clara se perca facilmente nas pessoas. (Cuidado com o cartão de crédito!) Aqui os americanos já perderam a noção do que significa dívida, e acham que vai ficar tudo bem se continuarem imprimindo dinheiro pra salvar os bancos.

Isso pode parecer muito óbvio, mas é extremamente importante: não deva.
Einstein já dizia, a maior força no universo é a força dos juros acumulados (ou "compound interest", como eles chamam aqui). E isso é verdade dos dois lados, mas você quer estar do lado que coleta os juros, não do lado que deve.

Não faz muito tempo atrás que o melhor jeito de guardar dinheiro no colchão era em dólares. Por incrível que pareça, isso está mudando. Outro dia fui a uma palestra do Peter Schiff, um dos caras que fez previsões para essa a crise de Outubro/08. Ele é um cara radical, então você tem que escutá-lo com cautela pra não sair comprando ouro e estocando latas de sardinha no porão, mas como outros investidores espertos, ele está "saindo do dólar". E aí, sai do dólar e vai pra onde? Pra China, Austrália, Noruega, e acreditem, tem muita gente investindo pesado no Brasil.

E eu com isso?
Isso são boas notícias pro Brasil. E a nossa geração, agora no mercado de trabalho, é que vai determinar como o país aproveita essa oportunidade. É difícil de imaginar como você pode influenciar o curso da história e como fazer o país amadurecer de maneira responsável, mas isso é possível. A verdade é que você influencia o mercado a cada decisão de compra, a cada Real que tira da carteira. Exigindo qualidade dos produtos, investindo em empresas que tem responsabilidade social e ambiental. Eu sei que isso pode parecer baboseira corporativa, mas você adicionou 200 amigos no Orkut e de repente as operações do Orkut tiveram que mudar pro Brasil deixando os americanos perplexos - isso é o poder de cada um.


Meu novo hobby
Esses dias eu me dei conta que já estabeleci uma rotina no meu dia-a-dia em NY. Longe do HondaClub e do velho Dodge cheio de ferrugem, eu estive me sentindo uma pessoa meio sem-hobby, mas não demorou pra eu adquirir um novo vício.

E o novo vício não podia ser mais Novaiorquino. Funciona assim: Todo dia eu acordo, vejo a previsão do tempo e a previsão do mercado. Volto pra casa, dou uma olhada no Google Finance e no Caps. Meu novo vício é esse "joguinho", onde as pessoas fazem recomendações para as ações. É lógico que estou achando super divertido porque minhas escolhas tem sido boas e porque quando a minha pontuação cai, eu não necessariamente perco dinheiro de verdade.

Pra mim tem sido um momento bom, porque pela primeira vez na vida estou levando as minhas finanças a sério, poupando mais e pensando no futuro ao invés de torrar as últimas economias em um novo jogo de rodas. Em São Paulo eu não tinha que me preocupar com aluguel, confesso que isso era muito cômodo. E o incrível é que aqui eu divido o aluguel e tenho as minhas finanças sob controle.